Moody’s elevou a nota de crédito do Brasil
- João Beck
- 2 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de out. de 2024
“Demos um passo importante para a recuperação do grau de investimento, mas ainda existe um longo caminho pela frente”, pontua o economista João Beck. Em 2009, o segundo governo Lula recebeu da Moody's o grau de investimento, o selo de bom pagador que favorece receber mais recursos financeiros de investidores estrangeiros.
Já em 2016, no governo Dilma Rousseff, a agência rebaixou a nota, e o Brasil perdeu o grau de investimento.
Exatamente cinco meses depois da melhora da perspectiva de rating do Brasil, a agência de classificação de risco Moody's decidiu elevar a nota do País de "Ba2" com perspectiva positiva para "Ba1" e manteve a perspectiva positiva.
O que pesou na decisão da Moody's foram "melhorias materiais" no perfil de crédito do Brasil, em especial, um crescimento "muito mais forte" desde a pandemia.
Se o Brasil quiser recuperar o selo de bom pagador terá que fazer a lição de casa.
Se o Brasil quiser recuperar o selo de bom pagador terá que fazer a lição de casa, melhorias do lado fiscal, em especial a adoção de mais medidas que ajudem a conter o aumento das despesas, gastar menos.
O que é a classificação de risco?
O "rating", ou classificação de risco, é a nota dada a uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira para medir o risco de crédito. Serve para indicar a capacidade de um país ou empresa pagar suas dívidas e as chances de não conseguir, atrasando o pagamento ou dando calote. Os investidores usam os "ratings" para tomar decisões na hora de aplicar seu dinheiro. Por exemplo, a nota ajuda a escolher onde investir ou quanto cobrar de juros para compensar riscos maiores. Quanto maior o risco, maior será a taxa que o investidor irá pleitear para assumir os riscos.
As principais são Standard & Poor's, Moody's e Fitch Ratings, que controlam uma parcela de mais de três quartos do mercado global de avaliações de risco.
As notas das agências de classificação de risco se dividem em dois grupos:
Grau de investimento e Grau especulativo.
O grau de investimento representa segundo João Beck, um país ou empresa com baixa probabilidade de calote. Por outro lado, o grau especulativo sugere maior risco de inadimplência, afastando potenciais investidores e encarecendo o crédito. Para a Moody's, o Brasil saiu do grau especulativo para o grau de investimento. Já para as outras agências o país ainda está classificado como grau especulativo.
A agência de classificação de risco Moody's elevou a nota de crédito soberano do Brasil de Ba2 para Ba1, mantendo a perspectiva positiva. A mudança significa uma avaliação mais favorável sobre a capacidade do país de honrar suas dívidas, embora o Brasil ainda esteja um nível abaixo do tão almejado grau de investimento que já tivemos no passado recente.
Em nota, a Moody´s destacou que o país tem tido um crescimento mais robusto do que o previsto anteriormente e um histórico crescente de reformas que têm dado resiliência ao seu perfil de crédito, ainda que a credibilidade do arcabouço fiscal seja “moderada”.
“Por sua vez, um crescimento mais robusto e uma política fiscal consistentemente aderente ao arcabouço fiscal permitirão que o ônus da dívida se estabilize no médio prazo, embora em níveis relativamente altos”, afirmou a agência.
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